segunda-feira, 6 de abril de 2009


Tão sutilmente em tantos breves anos
foram se trocando sobre os muros
mais que desigualdades, semelhanças,
que aos poucos dois são um, sem que no entanto
deixem de ser plurais:
talvez as asas de um só anjo, inseparáveis.
Presenças, solidões que vão tecendo a vida,
o filho que se faz, uma árvore plantada,
o tempo gotejando do telhado.
Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe
o pó de um cotidiano desencanto.


Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos
que uma em outra pode se trocar,
sem que alguém de fora o percebesse nunca.

Um comentário:

  1. Olá Fê!!
    "Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe o pó de um cotidiano desencanto." Lindo isso! E que se o pó baixar, que baixe sob nossas cabeças e nos encante de uma vez por todas!
    BeijO grande!!

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